terça-feira, 28 de maio de 2013

Feriado na Argentina ? Sabe que vinho comprar ?


Degustações de Primeiro Nível
TOPs Catena Zapata



Se você é um daqueles que vai passar o Feriado na Argentina, seja em Mendoza ou Buenos Aires, deve estar ansioso para trazer alguns vinhos e mais que isso, imaginar o que vai beber no feriado.
Pensando nisso e ao mesmo tempo respondendo a muitos colegas que me fizeram esta pergunta.
Ai vai minha sugestão. 
Seguramente a uva mais emblemática da Argentina é a Malbec, único lugar no mundo que ela tem este aroma e sabor ( A Malbec também é muito usada na região de Cahors na França, mas com perfil bem diferente ).
É uma uva forte para ser acompanhada por carne vermelha e tem uma sensação de doce na maioria das vezes.
Caso não goste de vinhos fortes, a Argentina oferece muitas outras opções.
A uva Cabernet Sauvignon, a mais usada em vinhos no mundo, também produz excelentes vinhos na Argentina, ela é um pouco mais leve que a Malbec, mas ainda na classe dos vinhos mais tânicos.
É uma ótima opção se quiser variar no tipo da uva.
Outra grande opção mas mais arriscada é a Pinot Noir.
Arriscada pois, primeiro, é uma uva leve e complexa ao mesmo tempo, ou seja, muitos não gostam dela por acha-la “fraca” mas a segunda região mais importante de vinho no mundo, a Borgonha na França, só trabalha com esta uva, então vale experimentar e descobrir porque grande parte da França ( e do mundo ) gosta dela , a outra parte gosta dos vinhos de Bordeaux que usa um corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc, chamado de Corte Bordales, por razões obvias, ou a Merlot pura.
Na verdade, para a explicação ficar completa, uma margem do Rio Gironde, que corta Bordeaux, usa o corte Bordales e a outra só Merlot.
Outras uvas na Argentina também são encontradas mas não tão comuns, aí entra a magia do vinho, é muito prazeroso testar estas outras uvas para ver se descobre algo incomum, totalmente possível.
A decisão é pessoal.
Portanto, falando agora das vinícolas, os vinhos principais vão ser quase sempre de Malbec ou um belnd da Malbec com Cabernet Sauvignon e o outro de Cabernet Sauvignon.
Já para a Pinot e’ preciso ser bem especifico, vou focar naquilo que já experimentei.
Importante mencionar agora que os vinhos podem ir de R$ 30 a R$ 5000 reais ou mais, ou seja, não tem como indicar vinhos se você não separar por faixa de preço.
O preço é sinônimo da fama do vinho no mercado.
Difícil você achar um vinho muito caro ruim ou um vinho barato excepcional.
O que existe são descobertas, vinhos pouco conhecidos que tem preço baixo e de repente começam a ficar caros pela procura do mercado, por ganhar algum premio internacional ou por ter uma ótima classificação por uma entidade que pontua vinhos , como Robert Parker, Wine Spectator , Descorchados, etc ...
A noticia boa é que os vinhos fora do Brasil são muito mas muito mais baratos que no Brasil.
o Imposto de Importação é 100%, como toda bebida alcoólica.
Então aproveita, um vinho de 20 dólares na Argentina provavelmente vai ser um vinho de R$ 80 reais no Brasil.
Não tenho referencia dos preços em pesos na Argentina então vou mencionar os preços em Reais e vocês fazem as contas lá mas a regra de ser metade ou até um terço do preço do Brasil deverá valer.
Depois vocês me contam o que encontraram.
São varias as vinícolas conceituadas da Argentina e cada dia aparece uma nova mas segundo o que aprendi e experimentei,  a  Catena Zapata é a mais famosa.
Ela tem todo um range de vinhos começando com o Alamos ( R$20), Catena ( R$30 e agora subindo pois ganhou um premio internacional, já deve estar uns R$ 50 ou 60 ), Angelica Zapata (R$90),  DV Catena (R$120), Catena Alta ( R$150), Nicolas Catena (R$ 400). Todos preços no Brasil. Qualquer um destes são muito bons, o Angelica Zapata talvez seja o melhor custo beneficio, ou seja, um vinho TOP por um preço alto mas não abusivo.
A Catena também tem uma joint Venture com a Rothschild francesa e tem os vinhos Petit Caro, Caro e Amancaya na faixa de R$60 no Brasil. Todos muito bons.
Um vinho muito gostoso e conhecido no Brasil é o Clos de los Siete na faixa de R$ 80.
Outras vinícolas, de alta qualidade , são Salentein, Bianchi, Luigi Bosca, Escorihuela Gascon, Donã Paula, Zucardi, Trapiche e O. Fourier ( Vinhos Alpha e Beta Crux, caros mas excelentes ).
Todas tradicionalíssimas, provavelmente estou esquecendo de várias, e não conheço em detalhe cada um para detalhar cada linha de produto.
Neste caso usa a faixa de preço para saber se e’ simples ou complexo, difícil ter grandes distorções.
Algumas vinícolas que no Brasil estão aparecendo com uma linha bem básica de vinhos e portanto, seriam os últimos que eu compraria lá são Bodega Callia, Alfredo Roca e Los Haroldos, mas posso estar totalmente enganado pela falta de conhecimento, pode ser que tenham excelentes vinhos que não chegaram no Brasil ainda. Va pela faixa de preço.
Finalmente, tem duas Bodegas em especial que conheci recentemente que posso falar em mais detalhe pois experimentei alguns rótulos.
A Vinícola Cobos, experimentei os vinhos tops, não sei como são os vinhos de entrada mas tem o Bramare Lujan de Cuyo e o Bramare Vale del Uco, ambos na faixa de R$ 180 , sensacionais e diferentes mesmo sendo ambos de Malbec, ótimos para aprender como o Terroir ( combinação local, solo, clima ) pode influenciar fortemente o aroma e o sabor do vinho.
E o outro, bem caro ( R$ 400 ) é o Bramare Marchiore , a sensação do evento que participei.
Maravilhoso na proporção do preço.
Vale se você encontrar algum lugar ( ou na própria vinícola ) onde degustam ou vendem por taça.
Ai não perca a oportunidade de conhecer.
A outra Vinícola e’ a Zorzal, recente no Brasil, com a linha Terroir Único, acessível ( R$ 50 ) e Grand Terroir  ( R$ 80 ) de Malbec e principalmente, com a Pinot Noir.
Se quiserem conhecer um Pinot da América Latina muito bom, está é a opção.
O Top da Zorzal é o Field Blend ( R$ 140 )  Malbec / C. Sauvignon, mas sinceramente gostei mais dos Pinots.
Para fechar, já que vocês não vão conseguir experimentar metade do que eu falei ai em cima num feriado, outra região top da Argentina é a Patagonia com as Vinícolas Neuqen e a Bodega Sandra Ponce.
Os vinhos , respectivamente Malma e Udwe. Devem ter Malbec e Cabernet Sauvignon, mas na Patagônia as Pinot Noirs fazem a diferença, pode tomar sem susto.

Boa viagem e favor me contar o que acharam destas opções e o que de diferente experimentaram.

Saude !!

A Principal Uva para os Vinhos


Excelentes opcóes argentinas