sábado, 1 de março de 2014

De Madri a Paris Parte VI - Ribeira del Duero e Rioja Parte II

A região de Ribeira del Duero

No coração de La Rioja



















Grandes vinhos


Ainda falando da região de Ribera del Duero ( DO , Denominação de Origem ) , segundo a revista Adega,  ela é provavelmente a mais importante das denominações espanholas. É protegida de qualquer influência marítima por uma cadeia de montanhas. O solo é calcário-arenoso. Está localizada na parte mais alta da meseta, com alguns vinhedos a 850 metros de altitude, o que garante noites frias durante o ano todo, mesmo no verão, quando a amplitude térmica pode chegar aos 20ºC.
Quem muito se beneficia dessas diferenças de temperatura é a Tempranillo, vedete local, cepa emblemática do país, cultivada extensamente por todo o norte e centro da Espanha. Com sua casca mais grossa e baixa acidez, quando plantada em áreas de clima moderado, mostra sua melhor faceta. Seu nome vem da palavra “tempro”, que significa “cedo”, provavelmente pelo fato de que a Tempranillo amadurece antes das outras variedades. Presente em blends e personagem única da maioria dos melhores tintos da região. A Garnacha, por sua vez, é usada principalmente nos rosés.
Após os anos 1980, a partir de novos investimentos e do trabalho de enólogos jovens, viu-se um salto na quantidade e qualidade dos tintos lá produzidos.
Um detalhe importante é que o status DO Ribera del Duero só vale para tintos e rosados. Outro é que as castas Cabernet Sauvignon, Malbec e Merlot são permitidas na DO por influência do Vega Sicília, que tem vinhedos antigos dessas cepas. O clone de Tempranillo cultivado em Ribera del Duero é conhecido no local como Tinto Fino e tem as cascas mais grossas, resultando em vinhos mais tintos e com taninos mais adstringentes do que os vistos em vinhos do Rioja, por exemplo.
Principais produtores: Aalto, Alión, Alonso del Yero, Dominio de Atauta, Cillar de Silos, Condado de Haza, O. Fournier, Hacienda Monasterio, Emilio Moro, Pago de Capellanes, Pago de Carraovejas, Viña Pedrosa, Pesquera, Dominio de Pingus, Protos, Rodero, Sastre, Telmo Rodriguez, Vega Sicilia e Finca Villacreces.
Saindo da região da Ribeira, na direção Norte a partir de Aranda del Duero, em 200 quilômetros, você chega em Logroño, o centro da região de La Rioja, outra das regiões importantes da Espanha e a casa das Vinícolas dos Marqueses : de Riscal, Ariezo, Tomares  e Murrieta. Porque tanto nome de Marques eu não sei, vou continuar pesquisando para descobrir e conto a vocês.
O caminho já vale a viagem, Montanhas de pura pedra, pouco comum para nós brasileiros, também em posições estratégicas, voce vai avistar de tempos em tempos grandes touros negros , lembrando que estamos em território espanhol e ainda, nas regiões mais altas, fileiras de Geradores Eólicos capturando energia limpa e renovável.
Também segundo a revista adega, a região de Rioja é uma das mais importantes macrorregiões e foi a primeira a receber o status DOCa, em 1991. Os vinhedos estão plantados em altitudes que variam entre 500 e 800 metros acima do nível do mar. Os solos são calcário-argilosos, com boa concentração de ferro. Rioja Alavesa fica a oeste da cidade de Logroño, na margem norte do rio Ebro. Os vinhedos estão a 800 m do nível do mar, em solos predominantemente calcário-arenosos e os vinhos lá produzidos são provavelmente os mais sutis e elegantes de Rioja. Os climas em Rioja Alta e Rioja Alavesa são bastante similares. Devido à influência do Atlântico, não ocorrem temperaturas extremas típicas de climas continentais.
Já em Rioja Baja, a leste de Logroño e na margem sul do Ebro, o clima é mais continental, com verões quentes e invernos rigorosos. Os solos são bastante argilosos e chove muito pouco. A principal cepa cultivada é a Garnacha e os vinhos da região costumam ter menor potencial de guarda do que aqueles produzidos em Rioja Alta e Rioja Alavesa. Mais recentemente, tem se plantado mais vinhedos de Graciano, que amadurece bem no verão da Rioja Baja, para ser usada em blends com uvas Tempranillo vindas de Rioja Alta e Rioja Alavesa.
Tradicionalmente, os produtores de Rioja definiam seus vinhos pelo blend e pelo uso da madeira, com estágio em barrica por períodos mais longos do que os estabelecidos nacionalmente. A partir da década de 1970, os vinhos de Rioja passaram a ser produzidos com longos períodos de maceração, seguidos de estágios mais curtos em madeira. Além disso, o anteriormente mais usado carvalho americano tem sido substituído pelo francês sistematicamente. Atualmente, a tendência é produzir varietais e mesmo vinhos feitos com uvas de vinhedo único, pois o foco tem se depositado em mostrar a personalidade da uva e do vinhedo em si, ao invés de técnicas de fazer bons blends. Riojas mais modernos já apresentam traços mais frutados e são mais influenciados pelas barricas de carvalho francês.
Principais produtores: Finca Allende, Artadi, Luis Cañas, CVNE, Ijalba, LAN, Lopez de Heredia, Martínez Bujanda, Muga, Marqués de Murrieta, Palacios Remondo, Pujanza, Remelluri, La Rioja Alta, Marqués de Riscal, Roda, Benjamin, Romeo, Señorio de San Vicente, Sierra Cantabria, Marqués de Tomares e Dinastía Vivanco.
No próximo post falamos das atrações de Logroño, no centro de La Rioja e seguimos viagem rumo a Paris.
















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