Se a Alsacia é especial, a Borgonha é o sonho de
consumo de todo enófilo !
Por uma série de razões, os vinhos
produzidos na região se tornaram os mais caros do mundo.
Da mesma forma que a Alsacia vai
de Estrasburgo a Mulhouse, com Colmar ao centro, a Borgonha,
vai
de Dijon a Lyon com a cidade de Beaune ( se diz Boone em francês ) no mesmo formato de
linguiça, tipo Chile, comprida e estreita.
Saindo de Colmar são 260 kms de
auto estrada francesa que é sinônimo de 130 kms por hora o tempo todo.
É 110 km/hora nas normais e nas pedagiadas o
limite é 130 km/hr.
É uma relação direta, você começou a
pagar o pedágio,
o
limite ( e a segurança ) aumenta.
Tem basicamente dois tipos de pedágio,
aqueles com preço pré-definido e aqueles com 2 fases, na primeira você não paga
nada, só para para
pegar um ticket e no seguinte, normalmente no momento que você vai sair da auto
estrada, você insere
o ticket,
descobre o valor e paga.
Como saber quando é um e quando é outro ?
Mas tem um desafio adicional, além de
tipos diferentes de pedágio, existem tipos diferentes de guichês !
São 3, os que tem um símbolo de notas de
dinheiro e moeda, nestes você paga somente com dinheiro, outro com o símbolo de
um cartão de crédito, então já sabe para que serve e o ultimo, não indica nada,
é o guichê tipo sem parar, para quem tem o aparelho de via rápida instalado e
operante no carro.
Nuits é muito mais especializada em vinhos
tintos, quase
a totalidade de Pinot Noir, mas
também tem vinhos brancos ( Chardonnay ) e Beaune é o oposto, majoritariamente brancos de Chardonnay e
alguns tintos também de Pinot Noir.
Assim, você tem mais uma decisão a tomar,
pode se hospedar em Dijon, uma cidade grande e que também tem seus grandes
atrativos, mas não falaremos disso neste post e fica bem próximo dos vinhedos
da Cote de Nuits ou
se hospedar em Beaune que
como Colmar, fica no meio dos vinhedos, uma cidade menor,
mas
muito atraente ou ainda optar por atravessar a Borgonha e se estabelecer em
Lyon, outra grande cidade que merece ser visitada.
Já sei , você já deve estar reclamando
que eu esqueci da possibilidade de ficar nas pequenas cidades dos vinhedos ou
até mesmo nas propriedades. Pode mesmo, e não deixa de ser uma ótima opção
romântica, mas lembrem-se as cidades e propriedades são basicamente agrícolas,
sem muito comercio ou mesmo restaurantes e com horários bem limitados de
atendimento.

Voce decide.
Poderia agora listar toda a sequencia dos
vilarejos da Borgonha ( são mais de 15 ), que todo Sommelier sabe
decor, mas
da
mesma forma que na Alsacia,
para 98 % das pessoas normais esta lista não serviria para nada.
Vamos ao que realmente importa, que é : saber
que a primeira vila da Borgonha é Gevrey-Charbertin, é
para lá que você deve apontar seu GPS no inicio da visita.
E seguramente, não é apenas a primeira mas
também uma das mais importantes, não deixe de visitar.
Mesmo esquema da Alsacia, nas
vilas,
você
vai encontrar escritórios das vinícolas e poder degustar alguns dos seus vinhos
e observe que acrescentei a palavra alguns , que não tinha na Alsacia,
pois aqui os vinhos de 1ª linha são caríssimos e dificilmente vão estar
disponíveis para degustação.
A outra diferença é que muitas destas
degustações, mesmo sem incluir os tops, serão cobradas. Mas o
atendimento é excelente.

Outro ponto de atenção é não deixar de visitar Vosne-Romanée, terroir do
vinho mais caro do mundo mencionado anteriormente.
Voce vai poder ver bem de perto seu vinhedo,
identificado facilmente nos mapas da região e marcado com uma mítica e famosa
cruz de cimento, ponto de foto obrigatório.
Seu vizinho, o Clos de Vougeot é
também super
famoso e tem a vantagem de hospedar um Castelo no seu interior, que pode ser
visitado, se transformou em museu, mais uma visita obrigatória.
Finalmente é importante saber que Aloxe-Corton é a
ultima vila da Cote de Nuits,
logo em
seguida vem a cidade de Beaune,
tudo isso tem apenas 30 kms de
distancia.
É, de longe, a maior concentração de
qualidade de vinho por metro quadrado do mundo.
Beaune também merece ser visitada, mesmo que
tenha decidido não se hospedar lá.
Cidade muito preservada, do famoso
Hospices de Beaune, que
se transformou em museu,
precisa
ser visitado e uma ótima opção para escolher seu jantar.
Talvez pela riqueza da região ou pela
importância dos vinhos, a cidade, mesmo pequena, hospeda vários restaurantes
premiados com estrelas Michelin.
Para finalizar, dependendo do local da
sua hospedagem, falta agora conhecer a Cote de Beaune e os papeis se invertem, a Chardonnay (
branca ) passa
a ser
a estrela e a Pinot Noir vira
coadjuvante do ato principal.

Se concentre na primeira,
Pommard e
também em Mersault, Puligny- Montrachet e
sem sombra de duvida em Chassagne-Montrachet.
Esta ultima é a que você vai se
concentrar se tiver que escolher apenas uma.
Dai você vai continuar a viagem, passar
pela Cotê Chalonnaise, Maconnais e Beaujolais,
todos regiões com seus predicados no mundo do vinho, até chegar a Lyon.
Termino este post com dor na consciência
pois daria para escrever um post para cada uma destas vilas mencionadas mas o
nosso objetivo aqui é mais turístico do que enológico, me perdoem os
apaixonados pelo vinho e vamos para Lyon.
Continua ...