Importadora Premium |
Falar sobre uma feira do tamanho e
abrangência da Expovinis é
ter consciência que estaremos limitados a apenas uma visão pessoal do evento,
impossível ter uma visão completa.
E esta é a proposta, esta é a minha visão
( parcial ) da maior feira de vinhos de Brasil e provavelmente uma das maiores
da América Latina, ou seja, se você também a visitou, vai ficar com vontade de
incluir alguns ( ou vários na verdade ) parágrafos neste texto, fique a
vontade.
Hospedada por um dos pavilhões do Centro
de Convenções do Center Norte, é focada no publico profissional e não no
publico consumidor final, assim, se o seu objetivo é apenas consumir vinho,
esta no lugar errado.
O objetivo é conhecer novos produtores,
ter contato com eles ( de varias partes do mundo que vem ao Brasil para o
evento ), novos produtos e aprender, já que um capítulo da feira é
dedicado a palestras e apresentações
técnicas.
A disposição é por países, que se
organizam para trazer suas associações regionais especificas com seus
produtores, mas também estão presentes algumas das importadoras , como vamos
detalhar na sequencia.
Portugal,
França, Espanha e Itália estavam muito bem representados, além é claro
de uma forte presença dos produtores brasileiros, ora em stands exclusivos, ora
agrupados em associações.
A França trouxe um forte apelo a região
de Beaujolais e a Italia, na
dos Chiantis.
Já Espanha e Portugal, passearam por
todas as suas regiões.
Sobre os países, destacaria, um stand
dedicado a Eslovênia, com a marca Gomila, apresentando uma gama interessantes de
brancos, das uvas Fumint, tipica da
região e da internacional Sauvignon Blanc e o destaque para o exemplar do seu
Ice wine.
Decanter |
A região da Alsacia, na
França, também tinha o produtor Cave du Roi Dagobert com uma linha completa de brancos de Pinot Blanc, Pinot Grigio, Gerwurstraminer e Riesling de
excelente qualidade.
De Portugal, vieram grandes destaques de
vinhos do Porto, um exemplar melhor que o outro ( ver Post sobre o Encontro
Portugal em Campinas, com os mesmos produtores, nesta mesma semana da feira).
Dos importadores, destacamos a Decanter, a
Premium e a Casa Flora, contudo com participações bem diferentes.
A Decanter, com prioridade para os especialistas,
trouxe um vasto portfolio de estrema qualidade.
Facilmente você poderia ficar um dia todo
no seu stand, se quisesse aprofundar seu conhecimento.
Talvez esteja cometendo uma injustiça,
mas em especial, o portfolio dos vinhos fortificados da Decanter era
imperdível, uma aula de altissimo nivel : Marsalas, Tokays, Sauternes, Vin
Santo, Pedro Ximenez e
Moscatel de Setubal ( o
Top 10 Alambre dos fortificados ).
Nicolas Potel - Premium |
A Premium ( que é distribuida pela
Excelencia
Vinhos na região de Campinas ), também, focou no publico técnico, conhecedor.
Trouxe grande variedade de rótulos acima
da média, mas o destaque, sem duvida, foram os franceses, mais especificamente
da Borgonha :
O produtor Nicolas Potel,
com Pinots da
região de Nuits Saint
Georges
e Savigny les Beaune.
O Domaine Christian Moreau com Chablis, um deles Gran Cru Valmur,
Um grupo somente de Pinots de
Vinhas Velhas ( maior que 45 anos produzindo ) , da Maison Roche de Bellene ( Nuits Saint Georges ) e Maison Dieu.
Para não falar apenas da Borgonha, um
magnifico exemplar do Vale do Loire, Vouvray do Domaine Huet ( Le Haut Lieu ), delicioso.
Já a Casa Flora, surpreendeu, trazendo um
portfolio mais voltado a supermercados e restaurantes, sem investir no publico
especialista.
Antes de seguir, abro um parênteses para
falar da estrutura de suporte da feira, considerando o periodo de
13 as 21 horas, onde o visitante, que apesar de ir la para
conhecer vinhos, vai precisar de no mínimo uma refeição , ou o almoço na
chegada ou uma janta antes de ir embora, não vai encontrar grandes opções, no
máximo tres :
Pizza, Steak (
para ser otimista ) e Pão de Queijo ( forçando a categoria refeição ).Assim, #ficaadica, uma
estrutura um pouco mais profissional iria agradar em cheio ao público.
Fechando parênteses, o destaque destas
feiras é sempre a lista dos Top 10, escolhidos num evento separado, normalmente
uma semana antes da feira começar, por especialistas convidados, geralmente as
cegas.
Há de se ter muito cuidado com esta
lista, pois não representam a população dos produtos expostos mas apenas os
melhores que os expositores quiseram inscrever, limitados pela quantidade de um
ou dois exemplares cada.
Ou seja, seguramente você vai encontrar
nos stands, exemplares melhores que os da lista Top 10, mas a lista tem seu
valor, foram avaliados de forma profissional e ficaram em primeiro comparados a
muitos outros exemplares ( não de todos ).
No caso da Expovinis, como voce pode conferir nas fotos, na verdade, o
Top 10 é o Top 1 de cada categoria e região, apenas o melhor dos vinhos
Brancos, Espumantes, Tinto, Fortificados, separados em Nacionais, Novo Mundo e
Velho Mundo.
Dai ser um reconhecimento significativo
para o vencedor de cada categoria.
Aracuri, Perico e Valmarino, figuraram na lista, vencendo
respectivamente as categorias nacionais de Espumantes, Brancos e Tintos.
E dos internacionais, destaque para o Renacer (
Isso mesmo, faltando um S ), do mesmo produtor do Punto
Final, Branco e Preto, bem presente no mercado brasileiro, um Malbec
muito bem elaborado, estruturado e equilibrado.
Mas a seu lado, talvez até mais
reconhecido pelo palar dos
brasileiros, com aquela sensação doce no primeiro ataque, estava o Enamorado,
um excelente custo beneficio.
Outro dos campeões, foi o europeu, super
toscano e orgânico, A. Sirio da Sangervasio, que
veio escoltado pelo seu proprietário Luca Tommazini.
Outro produtor aberto a nos transmitir
seus conhecimentos.
Em evento paralelo, dirigiu uma vertical
( 2001,2003, 2007 – o da feira, 2008 e 2009 – ainda não lançado no mercado )
para os associados da ABS Campinas na quinta-feira. Uma aula de evolução dos
vinhos, seja no plantio ou na garrafa.
Falando dos Brasileiros, a Aracuri, de
Campos de Cima, além do Espumante Brut, Top10, também tinha outro espumante no
mínimo igual ao primeiro, Colector Blanc de Pinot, outro estilo, mas de igual complexidade
e qualidade.
O corte tinto, Reduto também se destacou.
A Valmarino, da região de Pinto Bandeira, além do
vencedor Cabernet Franc,
tinha como atração adicional o Reserva de Família.
A Guatambu, de Campanha, no estremo sul, quase no
Uruguai (Dom Pedrito ),
além do já conhecido e premiado Cabernet Sauvignon, lançou o blend
Épico, bem interessante.
A Dom Guerino, trouxe todo o seu portfolio, encabeçado
pelo delicioso Traços e lançou um Malbec bem diferente dos argentinos
tradicionais, batizado de Vintage, com destaque para o seu rotulo
despojado e criativo.
A Pizzato, com um stand muito elegante, trouxe,
dentro do seu portfolio abrangente, o tinto Verve, um corte de Merlot, o
espumante Vertigo e o
já reconhecido DNA99.
Sentimos falta da Miolo para completar o
quadro das grandes vinícolas do Brasil.
Individualmente, destacaria, a Quinta dos
termos, da região de Beira Interior, Portugal, representada pelo seu
proprietário João Carvalho, que por si só já era uma atração, solicito,
comunicativo, um potencial de 2 horas de conversa sobre suas experiências, de
por exemplo produzir um vinho branco com a uva Fonte Cal, de excelente
qualidade ( não conhecia a Fonte Cal ? Nem eu, é típica desta região da Beira
).
Enfim, uma feira para ser literalmente
degustada, grandes exemplares e muito conhecimento disponível para os amantes
do vinho.
Se você perdeu, não esquece de se
programar no ano que vem.
Saude !!