Vilas e Castelos |
Depois de falar sobre Chicago, escolhi saltar para o velho mundo, em um lugar tremendamente especial.
Várias as razões, mas a principal é que sempre que converso sobre turismo na Europa, a grande maioria das pessoas ainda não teve a oportunidade de visitar o Vale do rio Reno na Alemanha.
Então , o meu objetivo neste post é dar elementos para que você pense seriamente, mas muito seriamente mesmo, em ter Koblenz , St. Goar, e Mainz no seu próximo roteiro de férias.
Se vou conseguir não sei, vocês é que vão me dizer depois, mas que o lugar merece, isso eu tenho certeza.
Vamos aos fatos.
Primeiro a história, desde a época dos romanos, o vale era uma importante artéria de escoamento de produtos, seja terrestre ou fluvial.
Nada menos que 32 reis e imperadores viajaram desta região para Frankfurt, para participar da sua própria coroação, significando que a cada 10 ou 15 Kms, você vai avistar, no alto das montanhas, , um castelo imponente, tomando conta do vale.
Devido ao grande fluxo comercial, no século XIII, os castelos , além de representar a manutenção do domínio das propriedades, também tinham uma função de proteção para os viajantes.
Com o advento das armas de fogo, os castelos foram perdendo importância como proteção, e foram abandonados por seus donos.
Já no século XVIII, com a passagem de Goethe pela região, se iniciou a época romântica e no século seguinte as ruinas dos castelos começaram a despertar a atenção de turistas do mundo todo, permitindo a restauração da grande maioria deles que hoje são hotéis, museus e restaurantes.
Hoje, especificamente entre as cidades de Rudesheim e Koblenz, esta a maior concentração de castelos e fortalezas do mundo.
Numa outra ótica histórica, se você traçar uma reta de Paris a Berlim, esta região do Rio Reno vai estar bem no meio, ou seja, da mesma forma que a Bélgica e o sul da Holanda, esta região da Alemanha sempre foi palco das grandes guerras, desde a Idade Media até os tempos modernos. Historia viva a cada quilometro para você conferir.
Mais um fator interessante, é o vinho, não podia ferir o conceito do Blog e deixa-lo de fora.
Desde a idade media, a fama dos vinhos da região, percorreu a Europa.
Não é por acaso que Shakespeare, fez com que Hamlet falasse ao Malvado rei Claudius que bebera vinho do Reno, em sua grande obra.
São treze as regiões vinícolas de alta qualidade da Alemanha, e 3 delas estão nesta região.
Das quatro principais, Rheingau, Pfalz, Rheinhessen e Mosel-Saar-Ruwer, 2 estão neste região a a terceira ( Mosel ) bem próxima.
Rheinhessen , responsável por 25 % da produção da Alemanha, inclusive do famoso vinho da garrafa azul, Liebfrauenmilch, em Worms, que a levou do sucesso a reputação de vinhos de má qualidade, hoje esta sendo recuperada.
Rheingau e e Rhein Central são as outras regiões com bem menos volume de produção mas com altíssima qualidade, especialmente com as uvas Riesling para os vinhos brancos e a Spatburgunder ( a famosa Pinot Noir em Alemão ) para os tintos e rosados.
Outra curiosidade importante é que foi lá, em 1775, que o atraso da liberação da colheita por parte do Abade Fulda, dono da propriedade de Johannisberg em Ostrich-Winkel, viabilizou a descoberta dos vinhos de colheita tardia ( Spatlese ) atacados pelo fungo Botrytis , que fazem com que as uvas fiquem enrugadas, concentrem muito mais açúcar, conhecido como Podridão Nobre e responsável pela produção de excelentes vinhos de sobremesa.
Já estou te convencendo ?
Tem mais, toda a arquitetura alemã, intacta, desenhada nas encostas das montanhas, com pequenas cidades, também a cada trecho de 15 quilômetros.
Estradas impecáveis dos dois lados do rio, ferrovia super ativa no lado sul e entre elas, uma longa e relativamente plana ciclovia de padrão europeu para os turistas ( e habitantes ) se deliciarem.
Continua ...
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