domingo, 16 de junho de 2019

Norte da Itália - Parte V - Piemonte ( Barolo e Barbaresco )


 Hora de falarmos sobre o Piemonte, a região mais a Noroeste da Itália, divisa com a França.

A principal cidade é Turim, mas tem muito a ser visitado em toda a extensão desta região, incluindo o famoso Valle d´Aosta, no extremo Noroeste, divisa com a Itália e Suiça e a região conhecida como Langhe, Monferrato e Roero, onde vamos nos concentrar neste post, por ser uma das regiões vinícolas mais importantes do mundo.

Use a cidade de Asti como referência para sua entrada na região.

De Milão são apenas 1hora e meia de carro.

Reserve pelo menos um periodo para caminhar pelo seu centro antigo, com comércio intenso e diversos predios preservados para visitor.

tem vinhos bastante representativos, incluindo um processo próprio de fabricação, desenvolvido na região e que leva o seu nome.

Trata-se de um estilo de espumante, que ocorre com apenas uma fermentação ( observando que os métodos mais utilizados como o Tradicional, ex-champenoise,  e o Charmat, usam duas fermentações ), o que obriga interrompe-la antes que a pressão fique fora de controle, resultando num espumante leve e com bom açucar residual, normalmente feito com a uva Moscatel.

Não deixe de degustá-lo em um dos bares da cidade.

Mais 20 minutos para o Sudoeste, voce vai encontrar Alba que é a porta de entrada para as míticas regiões de Barolo e Barbaresco, sonho de consumo de todos os enófilos.

Para se aprofundar na região, você tem diversas opções de hospedagem, visto que as distancias são curtas entre estas 3 cidades, mas seguramente, a tradicional é ficar em Barolo, seja bem próximo do centro da cidade ou em alguma vinícola que tenha hospedagem.

A gastronomia é farta, com facilidade de encontrar as trufas brancas da região, exibidas na maioria dos pratos da região.

Para os amantes do vinho, o roteiro para alguns dias, é muito simples, visitar as cidades de Barolo e Barbaresco e conhecer todas as suas sub-regiões, cada uma trazendo uma características exclusiva para os seus vinhos.

Em Barolo, seis são as sub-regiões : Barolo, La Morra, Castiglione Falletto, Serralunga d´Alba, Monforte d´Alba e Novello, um circulo girando no sentido horário.

Cada uma com a sua própria colina e castelos, torres, igrejas e/ou mirantes nos seus topos.

Barbaresco não é diferente, cidade aconchegante, talvez o único lugar que tem uma loja de vinho dentro de uma igreja.

A cooperativa dos “Produttori del Barbaresco” domina o cenário, produzindo 500 mil garrafas por ano e tem uma loja e sala de degustação em frente da igreja principal ( não a que vende vinho hahaha ).


As principais regiões são : Barbaresco, Neive, Treiso e S. Rocco, destacando as subregiões de Ovello, Montefico, Montestefano e mais seis, totalizando nove, cada uma com suas características específicas.

A uva é a Nebbiolo, que assume nesta região um caracter exclusivo que nunca conseguiu ser reproduzido em nenhuma outra região do mundo.

Para completar o cenário, bem próximo, fica a região de Roero, especializada em vinhos brancos, mais especificamente com a uva Arnéis.

A noite, a grande dica é jantar no centro de Barolo, com diversos restaurantes interessantes, bares, lojas e algumas vinícolas ( como a tradicional Borgogno ) onde voce pode degustar dezenas de Barolos diferentes.

Destaco o Wine Bar Barolo Friends, bem próximo ao Castelo, pelo ótimo cardápio, a opção de vinhos em taças de alta qualidade e principalmente a flexibilidade de horário, sempre aberto quando os outros restaurantes já fecharam.

No castelo, voce pode visitar um museu que conta a história do vinho da região, mas o grande atrativo é mesmo o próprio castelo.

A novidade, não necessariamente boa, é o Barolo Chinato, um vinho doce de Nebbiolo ( como não podia deixar de ser ) com infusão de 37 ervas por 8 a 10 dias.

Deve ter seu público cativo, mas eu não estou entre eles, mesmo adorando vinhos doces.


Enfim, para os amantes do vinho, é uma região onde se pode ficar de 1 a 100 dias que voce irá aprender muito e degustar alguns dos melhores vinhos do mundo.


#ficaadica


sábado, 25 de maio de 2019

Norte da Itália – Parte IV – Lugano, Suíça








Ao mesmo tempo que falar de Lugano, na Suiça, numa série de posts da Itália é um pouco estranho, faz todo o sentido quando você conhece a região.
Estamos falando do Sul da Suíça, na região de Ticino, que na verdade é bem mais italiana do que suíça. 
Começando pelos lagos, onde o lago de Lugano, parece pertencer à mesma família dos lagos de Maggiore e Como, nos limites da Itália.

Pertenceu a Itália por um longo período, conserva muitas das suas tradições. 
O idioma que você vai mais ouvir é o italiano.
E principalmente, fica a apenas 30 Kms da divisa com a Itália e 50 Kms da cidade de Como, muito fácil de acessar.
Portanto, vale acrescentá-la nesta série, sem remorse.
O maior cuidado é se você pretende ir de carro para lá, atravessando a fronteira, pois existe um pedágio anual a ser pago pelo carro.


Se você deu sorte, já terá um adesivo colado no vidro dianteiro ( ver foto ) indicando o ano de validade no carro que você alugou, significando que você economizou Euro 36,00, o valor do adesivo que você compra em qualquer grande loja ou posto de gasolina na região de fronteira, se deu azar.

Compre seu adesivo antes e passe a fronteira olhando para os guardas como se você fosse um italiano nato.

Na Suíça, lembrando que estamos num roteiro italiano, aproveitando a oportunidade para conhecer o sul da Suíça, esqueça os Alpes, você não vai vê-lo neste trecho. É mais fácil vê-lo de Bellagio ( post anterior ) do que daqui.

Outro lembrete, não vamos gastar muito tempo por aqui, o seu passeio principal é na Itália, então vamos comentar o que fazer em apenas um dia ou no máximo dois, assumindo um pernoite na cidade. Nada além disso e muito menos entrar mais fundo, para o centro do país dos relógios e chocolates.

Como falamos, o trajeto é curto para chegar no centro da cidade, depois da fronteira e os últimos 15 Kms serão à beira ou cruzando o lago de Lugano, o que já vale o passeio. O túnel de Gothard tem 17 Kms sob o lago.

Aponte seu GPS para ao Centro antigo da cidade. Se precisar ser mais específico, mire no Parco Ciani, uma das principais atrações da cidade, um parque a beira do Lago a algumas quadras apenas do centro antigo.


O rota é muito simples, caminhe pelo parque, aproveite todo o seu visual, não tenha pressa.

Como todo lago, é possível fazer passeios de barco para explorar as redondezas, e também é possível subir de Funiculario nos dois montes que escoltam a cidade :  o San Salvatore e o Bré, obtendo uma vista completa da cidade e seu lago.

Lago visitado é hora de caminhar algumas quadras para acessar o centro velho e se perder pelas suas ruas, visitar a Piazza Riforma, a Catedral e a Igreja de Santa Maria degli Angioli. Entrar nas diversas lojas e mercados da cidade e chegar no momento mais difícil do passeio : escolher o que e onde comer, pois como todo centro antigo, Lugano é forrado de cafés e restaurantes ( incluindo pizzarias, já que você está na Itália, opss, na Suíça ).

Se ainda sobrou tempo, procure a Fondazione Thyssen-Bornemisza, na Villa Favorita, para visitar uma grande coleção de arte do século XVIII aos nossos dias.

Em Ticino, além de Lugano, ficam as cidades de Bellinzona e Locarno, mas se tiver que escolher apenas uma para visitar, Lugano é a escolha certa.

Ainda, ao redor do lago, você pode conhecer duas cidades muito pitorescas : Ascona e Gandria dependo do tempo que você tem para gastar.


Finalmente, para falar do outro grande tema do Blog, os vinhos, a região de Ticino é uma DOP da Suiça com predominância da Uva Merlot, então, estes são os vinhos a serem buscados, tendo exemplares que chegam a 50 euros, o que, para a Europa, é sinônimo de vinho bem acima da média. Vale a experiência.

No próximo post vamos de Como/Milão para o Piemonte, mergulhar na terra dos Astis, Barolos e Barbarescos.


Aguarde ...




domingo, 12 de maio de 2019

Norte da itália Parte III - Lago de Como










A região do Norte da Itália, que se confunde com o Norte de Milão, é conhecida por seus inúmeros lagos, muito visitados no Verão, e também, em qualquer final de semana quando a previsão é de Sol.

Do Oeste para o Leste, temos o Lago Maggiore, o Lago de Lugano, onde 60% da sua área, na verdade, fica na Suiça, o Lago de Como, o mais próximo de Milão, o Lago d´Iseo e o Lago de Garda, colado em Verona.

Todos ótimas opções de turismo, lembrando que nos finais de semana costumam ficar lotados.

Neste post, vamos detalhar a região do Lago de Como, mas os princípios básicos valem para os demais.

De Milão à cidade de Como, que fica na entrada do Lago, são apenas 50 quilômetros, mas que levam 1 hora para serem percorridos de carro, visto que, ao se aproximar da cidade, as ruas estreitas e o transito, derrubam drasticamente a média de velocidade.

Mais 10 quilômetros e você estará na divisa com a Suíça , o que significa que é uma ótima opção de estadia caso esteja no seu roteiro conhecer a cidade suíça de Lugano, distante apenas 35 quilômetros de Como, mas com a mesma dificuldade de acesso.

Este curto trajeto vai levar quase uma hora para ser percorrido e vamos falar mais sobre ele no próximo post.

Em termos de hospedagem, você tem infinitas opções, por ser uma região ultra assediada, então, todas as vilas tem estrutura para receber turistas.

Esta escolha depende muito do tempo que você vai ficar na região.

Se for apenas um dia, pensando, no dia seguinte em ir para Lugano, se hospede ao redor da cidade de Como, pois existe uma característica no translado que não aparece explicitamente no mapa.

As estradas que contornam o Lago, são todas muito antigas e naturalmente colocadas entre o lago e a montanha, ou seja, uma combinação que indica estradas (muito) estreitas onde a média de velocidade não passa de 40 km/h.

Leve isso em consideração para escolher a vila em que vai se hospedar.

Se for ficar mais dias, você pode se arriscar a ir mais longe e se hospedar em locais onde a vista para todo o lago predomina.

Algo que precisa ser considerado como verá nas fotos.

Definido o hotel, agora é se instalar e conhecer a região.

A cidade de Como, seguramente é um destes pontos, está a margem do Lago, o que significa ter diversos passeios de barco e balsa para as outras vilas a beira lago. Tem um centro histórico muito preservado e bonito, vale muito a pena caminhar por suas quadras observando a arquitetura, as igrejas, os bares e restaurantes e também tomar sorvete, uma atração a parte.

Nos finais de semana é bem animado.

Para subir na colina mais alta da cidade existe um Funiculário, bem próximo do centro, que leva a outra vista magnífica da cidade e do lago.

Além de Como, são dezenas de vilas que podem ser visitadas, mas a que mais se destaca, sem dúvida, é a de Bellagio, que deu o nome ao famoso Hotel-Cassino de Las Vegas, bem no vértice do Lago ( ver mapa nas fotos ) a apenas 40 kms de Como mas com 100% das estradas ao mesmo tempo, maravilhosas e lentas.

Se isso ocorrer num final de semana, pode custar mais tempo para transitar e também para estacionar.

Existem linhas de ônibus que fazem este trajeto Como - Bellagio, o que pode ser uma opção mais tranquila se tiver um dia inteiro para isso.

A partir de Bellagio,  por estar no vértice do lago, existem balsas que atravessam para os dois lados : Varenna e Menaggio, de carro ou a pé, basicamente a cada uma hora, mas mapas com os horários de saída estão disponíveis nos hotéis e nos restaurantes da região.

A travessia já é um passeio e as cidades também merecem ser visitadas.

Contudo, Bellagio não é famosa a toa, são quatros ou cinco ruas paralelas incrustradas na montanha, recheadas de casas típicas, cuja grande maioria é ou uma hospedagem, um restaurante ou uma loja de artesanato.

No topo existe um catedral a ser visitada, do século XIII.

É a cidade de moradia do famoso designer e estilista das gravatas do Obama e do Bill Clinton, Pierangelo Masciadri.

O mago das estampas para bolsas, não só das gravatas, antes que as mulheres me fulminem.

Ele possui apenas duas lojas no mundo para os seus produtos, ambas em Bellagio.

Outra atração da cidade, totalmente ligada aos objetivos do Blog, é a possibilidade de você degustar os vinhos da pouco conhecida DOCG italiana de Sfursat de Valtellina, um inusitado vinho de Nebbiolo, apassivado no estilo Amarone.

Um mix do que melhor existe a esquerda e a direita da região.

Também é possível conhecer os vinhos com as raríssimas uvas Rebo e Marzemino, varietais ou cortadas com a Merlot.

Ou seja, você tem conteúdo para investir um dia inteiro neste passeio, sem remorso.




No próximo post vamos falar de Lugano, uma das cidades mais bonitas da Suiça.

Aguardem ...